Recentemente o Grupo Italiano de estudo das Desordens Temporomandibulares publicou o que consideram as diretrizes atuais para diagnóstico e tratamento das DTM. Elaboradas pelo prof. Daniele Manfredini, um dos maiores pesquisadores desta área de conhecimento, o manifesto posiciona a conduta que o profissional deve adotar no cuidado destes pacientes. A tradução é do colega Dr. José Luiz Peixoto. Vale a leitura e a reflexão:

1. As Desordens Temporomandibulares (DTM) são condições musculoesqueléticas… e não patologias oclusais [AADR Statement, 2010]!

2. o início de sinais e sintomas de DTM raramente pode ser atribuído a um único fator etiológico específico (etiopatogenia multifatorial) [Klasser et al., 2017].

3. o diagnóstico das DTM é baseado na anamnese (“relato da queixa relatada”) e avaliação clínica apropriada [Schiffman et al., 2014].

4. nenhuma avaliação baseada em aparelhos / recursos tecnológicos (por ex, eletromiografia, kinesiografia, plataformas de avaliação postural, condilografia, ou outros tipos de registros baseados em aparelhos eletrônicos) apresenta valor diagnóstico, porque elas não se correlacionam com os sintomas [Manfredini et al., 2011]. O melhor instrumento diagnóstico é o nosso CÉREBRO!

5. Imagens das ATM (Ressonância Nuclear Magnética – RNM, Tomografia Computatorizada – TC) são necessárias em casos selecionados e / ou como segundo passo no processo diagnóstico em indivíduos que não respondem inicialmente a tratamentos conservadores [Petersson, 2010].

6. O tratamento das DTM é raramente uma terapia destinada à causa das DTM, isto é, um verdadeiro “tratamento da causa”l [Greene, 2001].

7. O tratamento das DTM é frequentemente direcionado ao controle / gerenciamento dos sintomas, com foco nos fatores psicossociais relacionados à dor [List & Axelsson, 2010].

8. Controle / gerenciamento dos sintomas é geralmente alcançado por meio de abordagens conservadoras e reversíveis (por ex, aconselhamento, técnicas cognitiva-comportamentais, medidas fisioterápicas e de terapia física, aparelhos intra-orais sem um design oclusal específico, farmacoterapaia para o controle da dor, artrocentese) [Manfredini et al., 2011].

9. tratamento oclusal irreversível (por ex, ortodontia, prótese dentária, ajuste oclusal, aparelhos intra-orais para determinar um relacionamento maxilo-mandibular “ideal”) não são recomendados e não devem ser usados para prevenir ou tratar as DTM [Manfredini et al., 2016].

10. pacientes de DOR CRÔNICA necessitam de uma abordagem multimodal de tratamento, coordenada por um “expert” (especialista experiente) em DOR OROFACIAL, focando no fenômeno de SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL e experiência de má adaptação a dor [Harper et al., 2016].

10.1. a ODONTOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS e a DEONTOLOGIA PROFISSIONAL requerem que os clínicos considerem o PACIENTE (e a sua DOR!), e não o DENTISTA (e seu habitual tecnicismo e dogmatismo…), como o centro do diagnóstico e programa de tratamento [Reid & Greene, 2013]!

fonte: https://gsidcm.com/educational/il-decalogo-dei-tmd/ten-rules-of-temporomandibular disorders/

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